ATA DA CENTÉSIMA VIGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 19-12-2011.

 


Aos dezenove dias do mês de dezembro do ano de dois mil e onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Fraga, Paulinho Rubem Berta, Sofia Cavedon e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, a senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Dr. Thiago Duarte, Elói Guimarães, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Pedro Ruas, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: pelo vereador Adeli Sell, o Projeto de Lei do Legislativo nº 206/11 e o Projeto de Resolução nº 049/11 (Processos nos 3782 e 3881/11, respectivamente); pelo vereador Idenir Cecchim, o Projeto de Lei do Legislativo nº 211/11 (Processo nº 3827/11); pelo vereador Nelcir Tessaro, o Projeto de Lei do Legislativo nº 195/11 (Processo nº 3675/11); e pelo vereador Professor Garcia, o Projeto de Lei do Legislativo nº 208/11 (Processos nº 3808/11). Ainda, foi apregoado o Ofício nº 1177/11, do senhor Prefeito, encaminhando o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 013/11 (Processo nº 4004/11). Do EXPEDIENTE, constaram Ofícios do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação, emitidos nos dias trinta de novembro, cinco e oito de dezembro do corrente. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Centésima Segunda, Centésima Terceira, Centésima Quarta, Centésima Quinta e Centésima Sexta Sessões Ordinárias e da Décima Sétima, Décima Oitava, Vigésima Primeira e Vigésima Segunda Sessões Extraordinárias e as Atas Declaratórias da Décima Nona e Vigésima Sessões Extraordinárias. A seguir, a senhora Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao senhor Leonardo Mesquita Soriano, Presidente do Movimento Nacional da Liberdade Humanitária, que discorreu sobre questões atinentes à população moradora de rua de Porto Alegre. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Paulinho Rubem Berta, Maria Celeste, esta pela oposição, Tarciso Flecha Negra, Dr. Raul Torelly e Luiz Braz manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Nilo Santos. A seguir, a senhora Presidenta concedeu a palavra, para considerações finais sobre o tema em debate, ao senhor Leonardo Mesquita Soriano. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado pela vereadora Sofia Cavedon, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, estiveram o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 071/09, discutido pelos vereadores Nelcir Tessaro, Engenheiro Comassetto e Adeli Sell, o Projeto de Lei do Legislativo nº 227/11, os Projetos de Lei do Executivo nos 060, 061/11, este discutido pelos vereadores Aldacir José Oliboni e Engenheiro Comassetto, e 062/11, discutido pelo vereador Engenheiro Comassetto, e o Projeto de Resolução nº 050/11. Na oportunidade, foi apregoado o Projeto de Lei do Legislativo nº 227/11 (Processo nº 4010/11), de autoria da Mesa Diretora. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Paulinho Rubem Berta, Fernanda Melchionna, Mauro Pinheiro, Bernardino Vendruscolo e Mario Fraga. Após, foi apregoado o Projeto de Resolução nº 050/11 (Processo nº 3938/11), de autoria do vereador Professor Garcia. Ainda, foram apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pela senhora Presidenta, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo: nº 097/11, de autoria do vereador Carlos Todeschini, hoje, na solenidade de posse do senhor Estilac Martins Rodrigues Xavier no cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, às dezessete horas, no Auditório Romildo Bolzan do Palácio Flores da Cunha, em Porto Alegre; e nº 032/11, de autoria do vereador Idenir Cecchim, hoje, na solenidade de inauguração da nova sede do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor – PROCON/RS – e entrega de novos veículos, às dezesseis horas, em Porto Alegre. Durante a Sessão, o vereador Sebastião Melo manifestou-se acerca de assuntos diversos. Às quinze horas e trinta minutos, a senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pela vereadora Sofia Cavedon e secretariados pelo vereador Paulinho Rubem Berta. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo senhor 1º Secretário e pela senhora Presidenta.

 

 


A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Leonardo Mesquita Soriano, Presidente do Movimento Nacional da Liberdade Humanitária, está com a palavra para tratar de assunto relativo a moradores de rua, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. LEONARDO MESQUITA SORIANO: Boa-tarde, senhoras e senhores, Vereadoras e Vereadores, meus amigos aqui presentes, Liberdade Humanitária; quero dizer que, na última vez que estive aqui nesta tribuna, fui muito bem recebido e acolhido por estes Vereadores, por esta Casa, e tenho certeza de que hoje não será diferente, pois a causa que estou defendendo são os moradores de rua. Então, eu quero deixar claro que nada do que eu direi aqui é pessoal, é tudo questão política porque o cargo que todos exercem aqui hoje é público. E, neste momento, eu vejo o interesse grande de alguns que nem estão prestando atenção no que estou falando, mas, mesmo assim, falarei, pois esse é o meu objetivo. Quero dizer que eu viria hoje com os moradores de rua, mas esta semana recebi uma ligação do Reinaldo, que se disse e se apresentou como escritor e dono do jornal Boca de Rua. Interpretem da maneira como acharem conveniente, mas ele me disse que, no que dependesse dele, os moradores de rua não viriam comigo. E hoje eu vejo que ele tem influência porque eles não vieram. Estava tudo combinado, há um mês, com os moradores de rua, e eles não vieram por influência de alguns. Mas eu estou aqui. A Liberdade Humanitária, ONG da qual sou Presidente e que muitos já conhecem, luta pelos moradores de rua desde 2008, através de diálogos e de conversas semanais, e, nesses poucos anos, conseguimos aprender muita coisa com eles. Eu posso afirmar que a gente não pode generalizar: assim como nem todo político é corrupto, nem todo morador de rua está na rua por causa da droga. Não é assim que funciona.

Nós queremos saber hoje quais são os objetivos, se tem planos, se tem projetos para os moradores de rua na Copa do Mundo. Tenho em mãos alguns dados que extraí de documentos do Tribunal de Contas do Estado referentes aos investimentos públicos que serão feitos na Copa do Mundo. (Exibe documentos.) Vou ler alguns desses dados; tudo o que vou ler agora é questão de financiamento público e de dinheiro público: dinheiro da Nação, dinheiro federal e dinheiro do Estado. “Reforço energético, R$ 333 milhões; projeto de revitalização do Cais Mauá, R$ 500 milhões; terminal turístico portuário, R$ 15 milhões; aeroporto Salgado Filho, R$ 212 milhões inicialmente, logo após a ampliação do terminal de cargas, R$ 233 milhões, logo após a desapropriação de 15 áreas no entorno do aeroporto, R$ 167 milhões, as obras em andamento no momento já arrecadaram R$ 31 milhões; as rodovias do Governo do Estado, R$ 32 milhões, na duplicação do trecho entre Sapucaia do Sul e Gravataí; o trecho Sapiranga, de 42 quilômetros, R$ 1,39 bilhão; rodovias do Governo Federal: Rodovia do Parque, R$ 824 milhões; a BR-116, R$ 40 milhões, Norte B, R$ 170 milhões, duplicação do subtrecho entre Guaíba e Pelotas, R$ 1,26 bilhão; o metrô, que será financiado pelo Governo Federal, R$ 655 milhões; o aeromóvel que será feito, R$ 30 milhões...” E por aí vai. Daqui para frente, só vai, o que é um sinal de que a União, o Estado e o Município têm orçamento, têm dinheiro, têm verba. Mas quando se fala diretamente da questão do povo... Os professores, por exemplo, recentemente estavam chorando para que aumentassem os seus salários e não conseguiram. O que se dirá, então, dos moradores de rua? Até agora, nós não ouvimos falar nada, é tudo boato. Por isso estamos aqui para esclarecer.

Nós ouvimos que querem levar os moradores de rua para uma colônia rural para que eles possam trabalhar e talvez, depois da Copa, voltar para Porto Alegre. Eu quero avisar para quem não sabe que Porto Alegre é o Município onde mais existem pessoas em situação de rua: colombiano, argentino, uruguaio, paraguaio, pessoas que vêm de Curitiba, de São Paulo, do País inteiro; todos resolvem vir para Porto Alegre. O que é feito por essas pessoas que vêm para Porto Alegre? Digam, por favor, o que é feito? A pessoa fica um, dois, três meses, e ninguém da Prefeitura vai lá dar um apoio! Ninguém vai! Aí é óbvio que ele vai cair na droga porque é a única saída que ele tem. O tráfico está ali do lado, só esperando alguém cair na rua para que seja financiada a droga e o tráfico seja alimentado. No Centro de Porto Alegre, isso é totalmente explícito, só não vê quem não quer. Nós sabemos disso!

Eu quero também dizer, Vereadores, que eu sei, eu entendo que, por mais esforço, por mais motivação que alguns Vereadores tenham, nesta Casa, de fazer, de transformar, de construir e de modificar, param! Na maioria das vezes, são barrados na burocracia ridícula que existe no nosso País. Eu sei que isso desmotiva, eu sei que desmotiva! Só que nós precisamos enfrentar porque, afinal, este é o papel da política no nosso País: enfrentar a barreira que for pela sociedade.

Quanto aos moradores de rua, às pessoas que estão em situação de rua, a minha visão, que eu aprendi nesses poucos anos com eles, a primeira coisa que acontece: ou a família o abandona, ou a família não liga para ele, e ele acaba entrando num problema psicológico, como uma depressão. Tem muita gente formada na rua, advogados, etc., que foi parar na rua, e o Estado e o Município não dão assistência. Quanto ao sistema de albergues, é verdade – na última vez em que eu estive nesta tribuna, eu ouvi de um Vereador e concordo: muitos moradores de rua não querem ajuda. Muitos não querem ajuda, nós sabemos disso, mas o objetivo é ajudar, é estender a mão para quem quer ajuda. É estender a mão para quem quer! Para aquele que não quer, o Estado deve tomar conta e tomar a decisão por ele. Mas e aquele que quer ajuda? Ele entra no mesmo saco, como todo mundo? Vai para o albergue... Para que serve o albergue? Só para ele não dormir na rua? Reclamaram que a Liberdade Humanitária entregava comida para os moradores de rua, mas a Prefeitura também entrega. A única diferença é que a gente leva até eles, enquanto que, na Prefeitura, eles têm que ir até lá para se alimentar. É a única diferença.

Quero contar uma história básica, rapidamente, para vocês. Em novembro, conheci um morador de rua, ele era artista de circo, veio de Curitiba para cá – foram dez anos de teatro e circo, como malabarista – e me pediu ajuda. Ele disse que veio a Porto Alegre para pedir ajuda de uma emissora, de um apresentador bem conhecido, por várias vezes ele bateu na porta dessa emissora e não foi recebido; foi na Rede Record. Aí ele me pediu ajuda, perguntou se eu poderia fazer alguma coisa. Eu tentei, e agora estou passando para os senhores.

Ontem eu fui lá na Av. Borges de Medeiros conversar com os moradores de rua. Sabem o que aconteceu? Foi mais um que a gente perdeu. (Chora.) Mais um ser humano que parou na rua, e a gente perdeu! O Estado perdeu, o Município perdeu, porque ninguém foi lá dar assistência para o cara. Era um homem formado, um artista, que a gente não soube reconhecer, talvez. E amanhã vai ter mais, depois de amanhã vai ter mais, e assim vai. Nesses casos, o tráfico toma conta, porque, quando falta competência do Governo, é o tráfico que toma conta, pois o tráfico é organizado, o tráfico tem regras e tem leis que se cumprem, e, quando não se cumprem, eles fazem ser cumpridas. A falta de presença do Estado é notável na questão dos moradores de rua!

Eu proponho que os Vereadores pensem numa assistência periódica, semanal, para que a gente aborde aquele que parar na rua amanhã ou depois e pergunte o que ele quer. O Estado e o Município devem oferecer recursos para que ele se profissionalize e volte para a sociedade. Porque não adianta voltar se ele não sabe fazer nada, ele vai acabar parando na rua de novo. A questão da saúde é básica, a gente sabe disso.

Então, eu vou ler algo rapidamente. Nós sabemos que o Brasil faz parte da ONU – Organização das Nações Unidas –, e eu tomei a liberdade de imprimir os propósitos das Nações Unidas. (Lê.): “Manter a paz e a segurança; realizar cooperação internacional; resolver problemas mundiais de caráter econômico, social, cultural e humanitário.” E a Nação deve fazer cumprir, porque faz parte da ONU.

Então, eu gostaria de ouvir os Vereadores. Eu tive a oportunidade de estudar algumas questões, tenho em mãos os documentos da Comissão dos Moradores de Rua, que eu li e reli várias vezes. Foi uma Comissão temporária – já não existe mais –, e ela apresentou alguns projetos para a Prefeitura. Eu gostaria de saber, de ouvir de vocês, que estão inteirados do assunto, o que será feito, quando será feito e como será feito em relação aos moradores de rua. Não é difícil: o que, como e quando. É só isso que nós precisamos saber. Porque o livre arbítrio está na Constituição: é o direito de ir e vir. Pegar esses moradores de rua e levar para uma colônia não faz muito sentido.

Então, é isso, Vereadores. Quero agradecer aos poucos que me deram atenção aqui hoje – foram poucos – e dizer que a minha luta pelos moradores de rua não vai acabar. Não vai! Eu vim aqui para pedir a ajuda de vocês para que a gente aborde aquele que quer ajuda, aquele que está na droga, e não aquele que não quer. Quero agradecer, então. Muito obrigado, Vereadores, pela atenção. Espero que, em conjunto, a Liberdade Humanitária e os Vereadores, possamos fazer um bom trabalho para esses homens, mulheres e muitas crianças que estão na rua hoje. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Leonardo, a quem convido para compor a Mesa.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ADELI SELL: Em nome da minha Bancada, a do Partido dos Trabalhadores, quero dizer que nós estamos atentos ao problema dos moradores de rua. A cobrança caiu no endereço errado: a cobrança tem que ser feita ao Executivo. No que cabe ao Governo Federal, há verbas, e as Organizações Não Governamentais honestas deste País sabem como acessar as verbas para poder ajudar.

Outra coisa: ninguém resolveu problema de morador de rua dando comida; dar comida na rua significa manter o problema. Nós temos que fazer com que essas pessoas tenham abrigos, instituições e cuidado com a saúde. Há uma questão dupla em relação ao morador de rua: assistência social e, principalmente, saúde. As pessoas que estão drogadas têm que ser ajudadas com políticas de Saúde pública. É disso que precisamos. A Câmara está atenta, fez inúmeros debates aqui, portanto, o endereço está errado.

 

(Não revisado pelo orador.)

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Minha cara Presidente, quero fazer a nossa saudação ao amigo Leonardo e dizer que a questão é bastante importante, sim, e o tema, de uma relevância toda especial. Tu fizeste um link – Morador de Rua e Copa do Mundo – e tu sabes que eu sou o Presidente da Comissão da Copa. Nós começamos tratando, na Comissão da Copa, primeiramente, de obras – lá se vai um ano, e fizemos belíssimos encontros aqui: falamos do Inter, do Grêmio, do Aeroporto, etc. – tudo que tu falaste aqui – e estamos agora tratando da Copa Verde. Como tu dizes: o que, como e quando? Nós podemos fazer uma reunião na Comissão para ver o que vamos tratar, o que vocês propõem. Como? Com todas as entidades e as lideranças de vocês. Quando? Proponho que seja no mês de fevereiro. Mandem um documento para nós, e faremos uma reunião na Comissão da Copa. Um abraço para ti e para todos os nossos telespectadores. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Srª Presidente, querido Leonardo, realmente, é difícil, é doído. A gente sabe. Eu mesmo fui morador de rua durante oito meses, quando cheguei em Porto Alegre.

As pessoas julgam um pelo o outro, mas nem todo mundo tem a mesma persistência ou a mesma sorte ou o mesmo brilho ou o mesmo caminho. Há pessoas que caem para o lado da droga. Graças ao meu bom Deus, isso não aconteceu comigo. Mas eu sei o quanto é doído isso que o senhor falou.

No que depender de mim, como Vereador, se eu puder te apoiar, com certeza o farei, juntamente com a minha Bancada do PTB, com o Ver. Nilo Santos, que tem um trabalho bonito com os moradores de rua, o Ver. DJ Cassiá e o Ver. Elói Guimarães.

Às vezes, ficam na rua não por querer; às vezes, é a situação que os obriga: não têm emprego, não têm nem como se locomover e acabam morando na rua. E se não tem alguém que dê um prato de comida ou alguma coisa, passam fome. Eu sei, como falou o Ver. Adeli, que não será dando um prato de comida que vamos conseguir resolver o problema, pode-se até fazer mais, só que a gente sabe que, no momento em que uma criança de rua ou um cidadão nos aborda, ficamos tristes se não puder ajudar. Parabéns pelo teu trabalho, pela tua explanação. Quero dizer que tenho admiração por ti. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Srª Presidente; Sr. Leonardo Mesquita Soriano, quero lhe dizer o seguinte: o senhor colocou, no seu pronunciamento, que vêm a Porto Alegre várias pessoas que se tornam moradores de rua, principalmente quando chegam, como disse o Ver. Alceu Brasinha; também temos problemas com as crianças nas ruas; temos problemas com a nossa periferia de Porto Alegre, que também tem que ser contemplada com algumas obras que serão feitas para a Copa do Mundo.

Temos diversas dificuldades na cidade de Porto Alegre, mas essas pessoas todas vêm a Porto Alegre porque aqui é um dos melhores lugares para se morar e há muito pouco preconceito, embora exista algum.

Quero lhe dizer que a Bancada do PPS, este Vereador e o Ver. Elias Vidal estaremos juntos para discutir e ajudar a encaminhar soluções – até porque sou membro da SECOPA. Podemos formar parcerias e discutir todos e quaisquer projetos que venham beneficiar o ser humano na sua totalidade, em especial os moradores de rua.

Conte com a Bancada do PPS na discussão e nos encaminhamentos. Muito obrigado e parabéns pelo seu pronunciamento. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª Maria Celeste está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento, pela oposição.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Srª Presidente. É uma grande alegria receber o Sr. Leonardo, representante do Movimento Humanitário de Moradores de Rua. Quero dizer que esta temática que o senhor nos traz não é nova, nós a temos enfrentado, através da Comissão de Direitos Humanos e da Comissão Especial de Moradores de Rua, que foi coordenada pelo Ver. Nilo Santos; enfim, é um tema recorrente nesta Casa.

Quero dizer também que nós não nos omitimos das nossas responsabilidades. Assim como a nossa tarefa principal é a fiscalização do Executivo sobre a resolução dos problemas elencados pelo senhor, com muita justeza – não é só a questão da drogadição, há inúmeros problemas que envolvem essa população –, nós, na semana retrasada, aprovamos nesta Casa um Projeto de Lei criando um percentual de vagas nas habitações populares justamente para essa população, tendo em vista a necessidade de um local adequado para aqueles jovens e adolescentes maiores de 18 anos, que já passaram um período na rua, que já foram ressocializados, mas que não têm uma moradia digna. E nós, com a aprovação de todos os Vereadores, esperamos ter a compreensão também do Executivo para a execução desse Projeto. Criamos, então, essa oportunidade de moradia digna para os moradores de rua.

Ficamos gratos pelo seu alerta, pela sua preocupação, mas nós aqui na Câmara Municipal estamos trabalhando para retirar os moradores de rua com dignidade, não nessa perspectiva e nessa ótica que o senhor denunciou. Portanto, nós, da Comissão de Direitos Humanos, somamos-nos ao encaminhamento do Ver. Airto Ferronato, que preside a Comissão Especial da Copa, para acompanharmos pari passu toda essa questão na cidade de Porto Alegre. Muito obrigada por sua presença. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra, nos temos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Presidente; Sr. Leonardo Mesquita, eu concordo com muitas coisas que o senhor falou. Eu vivo há 13 anos no Centro de Porto Alegre e discordo de muitas coisas que acontecem com essas pessoas que são seres humanos como nós. Muitos não querem sair dali. Eu concordo com a fala do Ver. Adeli, que diz que essa comida que a gente leva, todos os dias, para esse morador de rua é uma baita contribuição para que esse mendigo continue no Centro. Mas quando chega o inverno essa comida desaparece.

Eu não concordo que o Brasil faça como a África. Foi mostrada a África rica e a África pobre, pedindo pelo amor de Deus para olharem para o outro lado do muro, para verem a realidade da mãe África. Eu não concordo com isso. Eu acho que não temos que esconder os nossos moradores durante a Copa do Mundo. Eu penso que temos que dar um caminho para esses moradores de rua. É claro que muitos não têm vontade de sair – eu convivo ali, vejo, pergunto, paro para conversar –, porque nos abrigos há normas que eles não querem cumprir, como tomar banho, chegar cedo e acordar cedo. Então, eu acho que o Governo tem que pensar muito num projeto para esses moradores de rua. Uma coisa que eu quero muito ver, é o meu sonho, são esses moradores de rua vivendo dignamente em colônias, produzindo e podendo ser um cidadão dentro da nossa sociedade também. Em nome da nossa Bancada, PSD, dos Vereadores Bernardino Vendruscolo, Nelcir Tessaro, apoiamos esse projeto. Claro que quem tem que dar essa possibilidade é o Governo. Nós, Vereadores, ficamos muito sensibilizados com essa situação, porque são nossos irmãos, são seres humanos como a gente. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DR. RAUL TORELLY: Presidente Sofia Cavedon, quero cumprimentar o Leonardo, que está aqui trazendo esta preocupação que, na realidade, é de todos nós, não pelo fato de sermos Vereadores, mas porque todos que têm uma vivência social na Cidade, como eu – atuo como médico comunitário no Campo da Tuca há 30 anos –, atendendo as nossas áreas mais carentes, inclusive nos asilos, vê a precariedade a que estão expostos os nossos moradores de rua. Não é à toa que está aí a tuberculose, o HIV, as pneumonias; no inverno, os moradores de rua chegam a morrer de frio. E cobrar a responsabilidade do Poder Público, nesta questão, é um dever de todos nós, porque esses moradores de rua não têm, e não terão por muito tempo, qualificação para retomarem suas vidas. Essa qualificação tem que vir dos programas sociais, dos programas públicos, da facilitação do seu dia a dia, da sua habitação e, muito especialmente, da área da saúde, também da mental, porque sabemos que mais de 80% desses moradores têm problemas de saúde mental – esquizofrenia, alcoolismo, drogadição –, e não será simplesmente atendendo-os por um momento que vamos resolver esse problema. Muita coisa já tem sido feita: as nossas crianças de rua praticamente desapareceram, há muito poucas crianças de rua. Isso é resultado das ações que estão sendo feitas. Já o adulto está na rua porque de lá não quer sair. Então, isso tem que ser enfrentado, e o Poder Público, através das suas assistentes sociais, da sua área da saúde, tem que, cada vez mais, se esforçar para melhorar e dar qualidade de vida para essas pessoas. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidente, eu falo em nome do nosso Partido, da Social Democracia, reconhecendo que realmente o Governo faz muito pouco nesta área de moradores de rua. Eu acredito que a primeira coisa a ser feita é um levantamento, para saber exatamente das condições dos moradores, daqueles que estão necessitando de atendimento à saúde – e são muitos –, e também daqueles que têm condições de sair da rua, daqueles que estão precisando de apoio para sair da rua. Eu acredito realmente que é uma obrigação do Poder Público fazer o possível para que isso aconteça; isso tanto faz ser em nível municipal, como estadual e federal. É muito comum que um ente jogue a responsabilidade para o outro, mas está mais do que na hora de vermos que a responsabilidade está nas três esferas e que precisamos, com toda certeza, reunir esforços no sentido de, primeiramente, fazer um levantamento, para ver quem são e quais são as necessidades, e, depois, com toda certeza, fazer um enfrentamento de tudo isso que está a acontecer nas nossas ruas e que coloca esse morador sem nenhuma condição de se reabilitar. Eu acho que isso é extremamente desumano.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NILO SANTOS: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhores e senhoras que nos acompanham nesta tarde, uma saudação especial ao Leonardo, que traz este tema à Casa. Quero dizer, Leonardo, que hoje nós temos uma dificuldade enorme para nos conscientizarmos da importância de tratarmos essa questão com uma dedicação maior. A nossa Cidade está se preparando para a Copa do Mundo, e eu, inclusive, tenho feito apelos aqui, tenho sido insistente numa questão, Ver. Garcia, qual seja, de que o maior patrimônio da Cidade é o seu povo e não as grandes obras – as grandes obras servem, sim, para facilitar a vida do povo –, pois é muito difícil, Ver. Mario Fraga, festejarmos as grandes obras vendo a realidade dessas pessoas que vivem debaixo dos viadutos ou até mesmo nas sinaleiras, pessoas que usam a rua para sobreviver, e outras pessoas que usam a rua como casa, vivendo debaixo de marquises, debaixo de viadutos. Esse tema é fundamental para sermos bem sucedidos nesta Copa do Mundo. A maior vitória do Brasil é se nós conseguirmos acelerar o processo de recuperação dessas pessoas. Na realidade, elas precisam de recuperação, porque muitas dessas pessoas, quando pequenas, eram crianças normais; hoje, há uma geração que já nasce nas ruas, e será muito mais complicado retirá-las de lá, porque elas já estão nascendo nas ruas – e o viaduto é o nascedouro dessas crianças.

Nós temos apenas que dividir em grupos esta questão, pois nós temos um grupo enorme de foragidos que, hoje, exatamente pela facilidade de não terem que apresentar documentos, Verª Sofia Cavedon e Leonardo, escondem-se entre essas pessoas que necessitam do atendimento da Prefeitura.

Quando eu ouvi falar da proposta, aqui para Porto Alegre, de repúblicas para essas pessoas morarem, manifestei-me contra, porque isso não resolve! Uma república será apenas mais um equipamento, que o Governo pagará, onde os foragidos, os que cometem pequenos e médios delitos, durante o dia, possam se esconder à noite! É só para isso; assim como já há alguns lugares, dentro dos equipamentos do Governo mesmo, que, infelizmente, são utilizados por esses que cometem delitos durante o dia para se esconder à noite! Infelizmente, funciona assim.

Nesse universo de pessoas em situação de rua, hoje, em Porto Alegre, Leonardo, há aproximadamente 40% de tuberculosos. E ninguém consegue fazer um tratamento para tuberculose na rua! A Secretaria da Saúde tem a maior dificuldade em oferecer um atendimento – estou falando em atendimento para quem realmente quer salvar uma vida, não é atendimento para jogar em painéis, Ver. Haroldo de Souza! Ninguém consegue ser tratado de tuberculose vivendo debaixo de uma marquise ou debaixo de um viaduto! Precisamos, sim, exatamente, que o Ministério Público faça o que sinalizou na Comissão Especial aqui: “Olha, nós podemos determinar a internação compulsória”. Em nome do amor! Porque esse negócio de deixar a pessoa na rua, dizendo “Ah, eu amo tanto essa pessoa que vou deixá-la morar na rua”, é um falso amor, é balela, é papo furado! Você ama o seu filho e gostaria que o seu filho vivesse na rua? Quem ama toma uma atitude, vai atrás da família, vai atrás dos motivos, mas, para isso, precisamos do quê? Precisamos que a FASC crie um novo protocolo de abordagem que não conte apenas que “foram atendidas 200 pessoas em situação de rua”. Isso para nós é o que menos interessa, Ver. Mario Fraga; nos interessa quantos foram devolvidos para a família, quantos retornaram às suas comunidades! Se não estão retornando às suas famílias e às suas comunidades, é porque o protocolo de abordagem precisa ser modificado. Não basta apenas anotar ali: “Conversamos com dez pessoas”, Ver. Nelcir Tessaro; queremos saber quantas famílias foram procuradas, quantas famílias sinalizaram que recebem essa pessoa de volta, quantas famílias querem uma reaproximação com essa pessoa que está em situação de rua, senão, nós vamos ficar, Ver. Beto Moesch, gastando dinheiro sem a mínima solução. Por enquanto, era isso. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Quero encerrar a Tribuna Popular, lembrando que nós tivemos uma Comissão Especial que tratou do tema, o Governo está anunciando um programa especial para as pessoas em situação de rua, e esta Casa, certamente, Leonardo, está disponível para avaliar este programa que será apresentado. O Secretário Kevin Krieger, na última reunião que tivemos, o anunciou; pelo que sei, não está inteiramente formatado. Realmente, a questão de adultos em situação de rua cresceu muito na cidade de Porto Alegre, então, tua preocupação é muito pertinente. Nesta semana, nós estamos encerrando as atividades legislativas, mas a Casa continuará com uma Comissão Representativa e voltará a todo vapor em fevereiro. Então, a Casa está à disposição para acompanhar o tema, com a gravidade que merece.

O Sr. Leonardo está com a palavra para as despedidas.

 

O SR. LEONARDO MESQUITA SORIANO: Quero agradecer a atenção desta Casa, da Srª Presidente e dos Vereadores, e pedir desculpas, humildemente, pela minha emoção e exaltação algumas vezes, mas eu tenho certeza que vocês compreendem a gravidade da situação. Eu concordo plenamente com o que o Ver. Nilo Santos disse, qual seja, que realmente essa questão do Ministério Público deve ser levada em consideração. Quero parabenizar esta Casa pelo trabalho que foi realizado todo este ano e agradecer todos os Vereadores e todos os amigos aqui presentes. E, no ano que vem, cada vez mais forte por Porto Alegre! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Leonardo.

Em votação o Requerimento de inversão da ordem dos trabalhos, para que possamos, de imediato, entrar no período de Pauta. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1799/09 – SUBSTITUTIVO Nº 01, que institui o Bônus-Moradia e dá outras providências, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 071/09, ambos de autoria do Ver. Adeli Sell.

 

PROC. Nº 3975/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 060/11, que cria 10 (dez) cargos de provimento efetivo de Fonoaudiólogo na Administração Centralizada do Município de Porto Alegre.

 

PROC. Nº 3982/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 061/11, que autoriza o Poder Executivo a prorrogar a vigência da admissão temporária de excepcional interesse público de Agentes Comunitários de Saúde e dá outras providências.

 

PROC. Nº 3983/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 062/11, que desafeta áreas com ocupação consolidada para fins de regularização fundiária da Vila dos Herdeiros e do Recanto do Sabiá.

 

PROC. Nº 3938/11 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 050/11, de autoria do Ver. Professor Garcia, que Concede o Diploma Honra ao Mérito ao padre Paulo José Dalla Rosa.

 

PROC. Nº 4010/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 227/11, de autoria da Mesa Diretora, que cria 2 (dois) cargos em comissão de Supervisor Parlamentar de Bancada, 1 (um) cargo em comissão de Assessor Parlamentar de Bancada e 2 (dois) cargos em comissão de Assistente Parlamentar de Bancada no Quadro dos Cargos em Comissão e Funções Gratificadas, constante do art. 20 da Lei nº 5.811, de 8 de dezembro de 1986, e alterações posteriores.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, só reforçando, há um Projeto de extrema importância na Pauta de hoje, sobre a renovação dos contratos do Programa de Saúde da Família. O Governo Municipal está solicitando a renovação por seis meses, em função da absorção dos agentes a partir do dia 2 de janeiro, ou seja, daqueles que estão contemplados pela Emenda nº 51; os demais farão concurso público. Portanto, é muito oportuno e lógico que o Governo se organize nesta direção: que até julho do ano que vem seja implementado o IMESF, que todos tenham feito concurso público, enfim, que esteja resolvido o problema Programa de Saúde da Família em Porto Alegre. Esse é um dos Projetos que está em Pauta. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigado, Ver. Aldacir José Oliboni. Cumpre registrar que V. Exª lembrou o Governo sobre a necessidade desse Projeto vir a esta Casa, que está trabalhando em tempo recorde para que ele seja aprovado ainda esta semana.

Também lembro que estamos tratando da criação de dez cargos de provimento efetivo de fonoaudiólogo na Administração Centralizada, função estratégica e importantíssima para a saúde da população.

O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos dá alegria de estar presente nas galerias, venho a esta tribuna, em discussão preliminar de Pauta, justamente para falar do Projeto do Ver. Adeli Sell, que trata do bônus-moradia e que há longa data – desde 2009 – vem sendo discutido na comunidade, principalmente na Tronco, Cruzeiro; o bônus-moradia já foi instituído em diversas capitais do Brasil e lá no Estado do Goiás, onde o nome é um pouquinho diferente, é cheque-moradia, foi a solução do problema habitacional. Nós sabemos das dificuldades na contratação de construtoras justamente para minimizarmos a situação de cerca de 30 mil famílias que moram em situação precária no Município de Porto Alegre e de famílias que estão sendo removidas e reassentadas por necessidade, como ocorre com as Vilas Dique e Nazaré; o Socioambiental também beneficia famílias pelo bônus-moradia, e agora cerca de 1.700 famílias vão sair da Vila Tronco/Cruzeiro e poderão receber o seu bônus no valor equivalente à unidade habitacional do Programa Minha Casa, Minha Vida, e assim ter moradia digna.

Quero aproveitar a discussão deste Projeto para elogiar todos os técnicos, engenheiros, arquitetos aqui presentes. (Palmas.) Esta Casa não teve tempo de discutir, em discussão preliminar de Pauta, este Projeto, que será votado na quarta-feira, mas, na semana passada, foi realizada Reunião Conjunta das Comissões, ele foi aprovado por todas as Comissões e será votado agora na quarta-feira ou quinta-feira, de preferência na quarta-feira. Eu falo da importância desse Projeto, pois ele vai fazer com que sejam incorporados aos seus salários os abonos que foram dados, que foram emergenciais, porque nós sabemos da necessidade dos nossos técnicos da Cidade.

Eu estava há pouco conversando com a Silvia, do DEMHAB, que o corpo técnico do DEMHAB tem atuado muito, justamente no Programa Minha Casa, Minha Vida, e sabemos que ele não tem condições, sozinho, de fazer com que haja andamento, principalmente a aprovação dos projetos, tanto na SMOV como na SPM, devido à demanda da quantidade de projetos habitacionais que nós temos em construção e também em aprovação nessas duas Secretarias, e porque abrange a Caadhap, onde atuam todas as Secretarias. E aí nós temos dificuldade.

Por isso, temos que elogiar a iniciativa do Ver. Adeli Sell, porque, no momento em que nós sabemos que o corpo técnico da Prefeitura, mesmo atuando no seu limite máximo, não tem condições de aprovar, no Município, 50% da necessidade anual de habitações, nós temos que buscar alternativas para não deixar Porto Alegre parada, para não deixar Porto Alegre devolver os valores, como o que acontecerá nesta sexta-feira, quando a Caixa Econômica Federal vai devolver recursos do Programa Minha Casa, Minha Vida, que abrange de zero a três salários mínimos, mais o valor equivalente a 650 unidades habitacionais, pela falta de projetos aprovados. A única coisa que vamos esperar é que as famílias que serão beneficiadas com o bônus-moradia fiquem nas residências que vão adquirir. Nós precisamos, sim, que o Município tenha uma ampla fiscalização sobre o projeto Minha Casa, Minha Vida, que abrange de zero a três salários mínimos, e também sobre aqueles por concessão do bônus-moradia, porque a grilagem está solta; somente no condomínio Ana Paula, no bairro Restinga, temos uma denúncia de quase 20 moradias que foram transferidas para terceiros. Isso nós não podemos permitir. Com toda certeza, aqueles que venderam devem voltar para a fila para buscar outra moradia. Parabéns, Ver. Adeli, pelo seu Projeto, e parabéns a todo o quadro técnico da Prefeitura!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Apregoo o PLL nº 227, de 19 de dezembro de 2011, da Mesa Diretora – Processo nº 4.010/11 –, que cria dois Cargos em Comissão de Supervisor Parlamentar de Bancada, um Cargo em Comissão de Assessor Parlamentar de Bancada e dois Cargos em Comissão de Assistente Parlamentar de Bancada no Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas.

Trata-se dos cargos para as novas Bancadas, que devemos votar no início do ano que vem.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Cumprindo orientação de V. Exª, consultei as Bancadas, e todas dão acordo para que V. Exª cumpra a Pauta em Sessão Extraordinária e em seguida entre na Ordem do Dia para que possamos avançar os trabalhos. Está bem?

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Isso significa que, na Sessão Extraordinária, entraremos diretamente na Ordem do Dia, sem Lideranças. Então, senhores, se alguém precisar usar Liderança, tem que ser nesta Sessão, que ainda está em curso.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: É isso, mas com o acordo de que vamos votar só até quarta-feira.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Perfeito.

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos dão o prazer de suas visitas hoje aqui, quero comentar três projetos que estão entrando em Pauta e dialogar aqui principalmente com o Líder do Governo, o Ver. João Antonio Dib.

Novamente veio um Projeto do Executivo que autoriza o Poder Executivo a prorrogar a vigência de admissão temporária de excepcional interesse público dos Agentes Comunitários de Saúde, e dá outras providências.

Defenderemos, sim, essa prorrogação, mas o problema não é a prorrogação, e não é a primeira vez que estamos prorrogando o tema dos Agentes de Saúde. Nós votamos aqui e foi criado o IMESF – Instituto Municipal da Saúde da Família; portanto, a preocupação é que continuemos empurrando com a barriga esse tema.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Comassetto, eu fico satisfeito com a preocupação de V. Exª, mas os jornais de hoje noticiaram que Prefeitura fará concurso, no primeiro semestre do próximo ano, para preencher os cargos, sem nenhuma dúvida.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Muito bem. Este tema já vem sendo debatido aqui desde 2007, nós estamos completando cinco anos, e o problema é que a estrutura da Saúde é muito carente. Com a sua palavra aqui, nós temos que acordar um cronograma para o primeiro semestre do próximo ano, para que este tema efetivamente se resolva.

Também quero comentar os dois projetos relacionados à Habitação que estão aqui em Pauta. Primeiro, esse projeto do Bônus-Moradia, que o Ver. Adeli Sell aqui apresenta, num Substitutivo ao Projeto do Executivo. Nós já discutimos o tema do Bônus-Moradia e já aprovamos seu conceito; portanto, o Projeto é bem-vindo para que possamos dar agilidade à Administração para poder relocar um conjunto de famílias que estão principalmente em áreas de risco.

Junto com esse Projeto do Bônus-Moradia, há outro Projeto do Executivo, que desafeta áreas com ocupações consolidadas, para fim de regularização na Vila dos Herdeiros e do Recanto Sabiá. Votaremos favoravelmente a esse Projeto também, só que eu queria registrar aqui, Ver. João Antonio Dib e Ver. Mauro Zacher, que será o próximo Presidente desta Casa, que nós ainda possuímos 750 vilas irregulares em Porto Alegre e que, dessas, 60 vilas são áreas públicas municipais que precisamos enfrentar de uma vez por todas. Quando vêm aqui essas duas, são duas num universo muito grande, e agora o “Minha Casa Minha Vida 2” tem uma linha específica para a regularização fundiária, recurso público, inclusive, para a aquisição de áreas privadas ocupadas, para que possa ser feita a regularização. Nós precisamos, de uma vez por todas, enfrentar o tema dos excluídos da Cidade de Porto Alegre, porque, em uma vila irregular, as pessoas não têm infraestrutura urbana, não têm endereço e, portanto, não têm cidadania. Então, nós votaremos favoravelmente a esses dois Projetos, mas é muito pouco simplesmente a Vila dos Herdeiros e lá o Recanto do Sabiá, prezado Marcantônio, e essa agenda nós precisamos enfrentar.

Temos hoje aqui a presença dos nossos colegas Engenheiros, Arquitetos, Geógrafos e outros que trabalham o planejamento, mas esse tema tem ficado muito no papel. Nós precisamos de uma ação do Executivo para enfrentar a regularização fundiária da Cidade, da decisão política de enfrentarmos esse tema. Quero registrar, como já foi dito, que, hoje pela manhã, fizemos uma Comissão Conjunta onde já aprovamos o Parecer favorável ao tema dos Engenheiros e Arquitetos, a reposição acordada pelo sindicato. Um grande abraço a todos. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, não vou ocupar todos meus cinco minutos, mas não poderia deixar passar este tema em branco. O Ver. Nelcir Tessaro tem toda a razão quando se preocupa com a grilagem, principalmente nas ocupações. Hoje Porto Alegre tem um número muito grande de falta de habitações, mas também tem muita gente que se prevalece, que abusa nessas ocupações. Muitas vezes, já tendo a sua moradia, já tendo o seu espaço, vão lá e se apropriam, quando há as ocupações, até incentivando essas ocupações.

Também quero concordar aqui com o bônus-moradia, com esse Projeto do Ver. Adeli Sell, em parceria com o Executivo, que traz esse grande benefício de, muitas vezes, não precisar construir, usando e comprando muitas habitações hoje desocupadas. Mas o nosso grande problema hoje é a questão da grilagem, das ocupações irregulares, que precisa ter também uma fiscalização muito atenta, muito rápida, para coibir esse tipo de ocupação. Por isso, também sou favorável a isso. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Boa-tarde. Sobre o Projeto do Bônus-Moradia, eu acabei de falar com o Ver. João Dib e com várias outras Lideranças, e há um grande acordo para que votemos esse Projeto nos moldes que foram colocados agora no Substitutivo, o qual discuti longamente com membros do Governo; está aqui o Valdir Fraga e outros profissionais da Prefeitura. Portanto, é válido não apenas para a obra da Grande Cruzeiro, que envolverá em torno de 350 pessoas, e os outros ficarão morando lá – querem morar, terão edificações –, mas vale para toda a cidade de Porto Alegre em qualquer caso de necessária mudança das pessoas. E haverá um controle rigoroso de quem ganhar o Bônus-Moradia. É bom para a Cidade, é bom para Porto Alegre. Eu tenho certeza de que esse é o presente que podemos dar ao povo da Cidade neste Natal.

Muito obrigado pelo apoio de todos os senhores. Vamos votar quarta-feira.

Uma saudação especial aos nossos servidores municipais que estão aqui na sua justa batalha.

 

(Não revisado pelo orador.)

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Srª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Srª Presidente, serei breve. Primeiro, agradeço pelo tempo ao Líder do PSOL, o Ver. Pedro Ruas. Cumprimento os engenheiros, os arquitetos, os funcionários públicos municipais, que fizeram uma grande jornada de luta, em 2010 e em 2011, pela justiça, pelo reconhecimento, pela valorização do seu trabalho, que é muito importante para a cidade de Porto Alegre.

Falo em Liderança porque, esta semana, nós tivemos tristes notícias para a Cultura Municipal e nós, do PSOL, estamos muito preocupados, Ver. Pedro Ruas. Conversávamos, agora, sobre três episódios que, de fato, chamam a atenção sobre um conjunto: primeiro, por um lado, a privatização dos espaços públicos, e, por outro, o desmonte de espaços tradicionais da cidade de Porto Alegre. O primeiro refere-se ao Projeto que mudou a legislação e a utilização do Largo Glênio Peres, esse largo que nasceu em homenagem ao Glênio Peres justamente pela democracia das manifestações populares, culturais e sociais, Projeto que, de maneira, açodada, o Governo colocou em votação na quarta-feira, antes mesmo da Tribuna Popular, que trataria do tema dos artesãos da nossa Cidade. Eles estão sendo despejados daquele lugar e não puderam fazer a sua feira de março, tampouco a de dezembro, em um espaço de grande circulação na cidade de Porto Alegre; assim como os artistas de teatro de rua, cantores populares, que vêm sendo sistematicamente atacados pela Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio. Inclusive fizemos uma Audiência Pública sobre o tema na Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Juventude.

O segundo fato foi a interdição da Usina do Gasômetro por irresponsabilidade da própria Prefeitura na cobrança da expedição de documento do Corpo de Bombeiros relacionado a prevenção a incêndios. Ver. Nelcir Tessaro, estava vencido desde 2008 esse documento de prevenção a incêndios naquele espaço que congrega 52 grupos teatrais da cidade de Porto Alegre, espaço de lazer não só dos porto-alegrenses, mas também dos turistas, dos gaúchos, sobretudo aos finais de semana.

Com o Sambódromo, acontece a mesma coisa, Ver. Pedro Ruas: também foi interditado por falha na construção. A Prefeitura só viu depois que a obra estava quase concluída. Mas que Prefeitura é essa?!

A cultura vem sendo vilipendiada. É menos de 1% o investimento em cultura previsto para o Orçamento de 2012. Menos de 1% do Orçamento! Enquanto isso, questões básicas para a manutenção de espaços culturais na nossa Cidade vêm sendo atacadas. É o mesmo caso do que aconteceu ontem no Parque da Redenção: um Flash Mob feito pela juventude, enfim, chamando a paz para o bairro Cidade Baixa, para que os moradores, comerciantes e usuários entrem num entendimento, o que está acontecendo, Ver. Pedro Ruas. Eu estive na Audiência Pública da Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Juventude; V. Exª fez reuniões sobre o tema, mas a SMIC lava as mãos, Ver. Idenir Cecchim, e não faz o que é de sua responsabilidade! A SMIC tranca, junto com a SMOV, muitas vezes; o procedimento é demorado – são cinco etapas para a expedição de um alvará; às vezes, demora sete anos! Depois, tratam os cidadãos como criminosos, como se fossem os responsáveis pela burocracia e pela demora dos Secretários. Então, não podemos aceitar essa postura do Secretário da SMIC de responsabilizar aqueles penalizados por ele próprio no que tange aos espaços culturais e de lazer da cidade de Porto Alegre, como no caso da Cidade Baixa.

Eu não queria falar, mas tive que fazer esse apelo, esse debate, porque foi uma triste semana para a cultura em Porto Alegre, a semana passada. Eu espero que as manifestações do povo da nossa Cidade, que aqueles e aquelas que, ontem, abraçaram a Usina do Gasômetro, fizeram Flash Mob na Redenção, todos aqueles que defendem a cultura da nossa Cidade, se organizem, façam um verdadeiro levante para defender os espaços públicos e combater esta política privatista dos espaços culturais. Aproveito para saudar, novamente, os colegas. Quarta-feira, possivelmente o Projeto vai à votação e terá o nosso apoio.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Nós estamos construindo a possibilidade de votarmos nesta tarde, Verª Fernanda Melchionna, em homenagem à presença dos colegas municipários nesta Casa.

O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; demais Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste no Canal 16, público das galerias, mais uma vez, aqui, venho falar a respeito do nosso pedido da CPI do Instituto Ronaldinho Gaúcho, porque, na semana passada, recebemos alguns documentos da Prefeitura, Ver. Pedro Ruas, e o nosso time está batendo um bolão, também. Cada vez que eu recebo documentos, quanto mais eu leio, mais eu estudo, eu só fico com uma certeza: só há um caminho para nós trazermos a verdade para a cidade de Porto Alegre, é a CPI. Cada documento que a gente lê, a gente fica com mais dúvida, e essas dúvidas não conseguimos esclarecer porque, quando pedimos a documentação, é um processo moroso para a Prefeitura mandar. Talvez porque tenha dificuldade de juntar os documentos ou, propositalmente, não querem nos entregar esses documentos. Mas uma questão importante nesta última documentação que recebemos, dos seis conjuntos de documentos que nós pedimos, recebemos a metade de um item. Nós fizemos uma outra descoberta, que, além de todos aqueles equipamentos comprados dos convênios assinados, a SMED também fez uma compra de materiais, Ver. João Antonio Dib, de R$ 134 mil que não está em nenhum convênio, que não está em nenhum plano de trabalho, mas foi feita uma compra pela SMED e mandado para o Instituto Ronaldinho Gaúcho, Ver. Adeli Sell. Então, há mais uma irregularidade. Por que a SMED fez uma compra fora dos convênios de R$ 134 mil que foi destinado ao Instituto Ronaldinho Gaúcho? Eu acho que isso, também, deve ser esclarecido pela Secretária de Educação.

Outra questão é que a PROCEMPA comprou alguns materiais que não estavam no plano de trabalho, e outros que estavam não foram contemplados. E aí nós ficamos na dúvida: se há um plano de trabalho, por que ele não foi seguido? Por que foram comprados outros equipamentos e máquinas que não estão no plano de trabalho, Ver. João Antonio Dib? Então, peço a V. Exª que solicite à PROCEMPA que nos explique. São 36 itens previstos para o plano de trabalho no convênio, acabaram comprando 24 que não estavam previstos. Por exemplo, foram comprados mobiliários de sala no valor de R$ 15 mil que não estavam no plano de trabalho; condicionador de ar por R$ 2.930,00 que também não estava no plano de trabalho; 21 cadeiras giratórias no valor de R$ 2.980,00, Ver. Brasinha, que não estavam no plano de trabalho; foram compradas, Ver. Haroldo de Souza, 4.105 camisetas que não estavam no plano de trabalho, para atender 300 crianças, Ver. Mario Fraga! Nós temos um convênio com 300 crianças, mas foram compradas 4.105 camisetas. Eu pergunto: o que foi feito com tantas camisetas, num convênio de 300 crianças?

Também a questão das notas fiscais. Aparecem alguns itens que não há as notas fiscais. Nós não recebemos as notas fiscais, mas há uma despesa, Ver. Paulinho Rubem Berta. Foram comprados – não sei de onde saíram, mas o valor está ali – 22 computadores a R$ 52 mil. Mas a nota fiscal não existe, só a compra dos computadores. De onde saíram esses computadores, Ver. Cecchim? Cinquenta e dois mil reais! Eu acho que a Cidade merece saber de onde saíram esses equipamentos e onde foram gastos esses valores. Além do que teve três monitores ao custo de R$ 3.578,00 ao mês – 12 meses, R$ 128 mil –, Ver. Adeli Sell, que foram trabalhar na PROCEMPA. Pergunto: esses monitores foram contratados para trabalhar no Instituto Ronaldinho Gaúcho ou são monitores da Prefeitura e da PROCEMPA que foram prestar serviço no Instituto Ronaldinho Gaúcho? Isso teve um custo de R$ 128 mil, Ver. João Antonio Dib, que nós não sabemos nem quem são e nem qual a função. Sem contar no equipamento que nós sabemos que foi parar na Sogipa, a qual é conveniada à Prefeitura, e eu pergunto: o melhor lugar para atender as crianças carentes é na Sogipa ou é na periferia de Porto Alegre? A Cidade merece a verdade. CPI já! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; quero iniciar a minha fala dando um elogio ao Ver. João Antonio Dib. Vereador, este troféu (Mostra a foto.) já não existe mais. V. Exª agiu realmente como deveria agir, como representante do Executivo, esta árvore foi cortada, não é uma árvore, é um tronco.

Quero aproveitar a presença dos engenheiros que aqui estão para mostrar esta foto. (Mostra a foto.) Eu não consigo identificar qual o nome deste equipamento que estão instalando em Porto Alegre. Quando os senhores saírem da Câmara de Vereadores, verão; eram quatro, conforme a foto, dois não existem mais, esta foto é de 30 dias atrás. Um foi atropelado na primeira semana; outro, na segunda semana; possivelmente, daqui a duas semanas, não terá mais nenhum. Ocorre que isso está instalado na calçada, no passeio público, por isso nós estamos fazendo crítica, porque isso já virou costume em Porto Alegre. Eu não tenho – gostaria de pedir, se pudessem me ajudar – o nome técnico desse equipamento, até para tentar fazer uma legislação para disciplinar o assunto.

Quero aproveitar também, Ver. Mauro, nosso futuro Presidente, fiquei sabendo que V. Exª assume a Prefeitura no dia 3. Parabéns! Vou lhe fazer uma visita, levar novamente o Projeto de parcelamento do IPTU, para que possamos alterá-lo, Ver. Mauro. V. Exª, como Prefeito, tenho certeza de que irá me receber. Vamos colocar o vencimento do IPTU, no mínimo, para o quinto dia útil. Isso não é uma crítica, é um apelo que faço a V. Exª, porque sei que, na oportunidade, o seu voto foi contra a sua própria vontade. Votou, porque recebeu informações de que iria comprometer os recursos financeiros, enfim, isso pesou naquele momento. Mas V. Exª está convencido de que houve um equívoco. Então, no dia 3, vou fazer uma visita ao Vereador para tentar demovê-lo, evidentemente. Vou prestigiar a sua posse, afinal é um colega aqui da Casa e que tem nos ajudado bastante; muitas vezes, não no voto, mas na torcida, evidentemente, mas não deixa de ser uma ajuda.

Quero agradecer a minha Bancada do PSD por me permitir que eu pudesse falar em Comunicação de Líder.

Vejo aqui o representante da EPTC, o incansável Pitol. Pitol, leve esse recado ao Cappellari: não sabem vocês o quanto é difícil eu, como Vereador, ver passar na frente da minha casa seis linhas de lotações! E não poder fazer com que, no mínimo, uma possa passar no bairro Medianeira, na rua Cel. Neves e imediações. Vou ficar todo santo dia do ano que vem batendo nessa tecla! Porque é impossível nós aceitarmos a ideia de que os empresários ou os técnicos da EPTC mandem nessas questões. Eu não vejo outra maneira de falar! Eu falo com V. Exª que concorda com tudo e faz de tudo para resolver; falo com o Cappellari e é a mesma coisa, tem boa vontade e faz de tudo, mas não consegue resolver. Então eu deduzo que são os empresários que mandam ou são os técnicos da EPTC que mandam. E nós precisamos fazer com que a população seja atendida! Esse serviço não é de graça. Por que nós não autorizamos outras linhas, então? Fica esse recado e um aviso: nós não vamos recuar! Até porque eu serei lembrado todo santo dia! Passam seis linhas em frente a minha casa! Na Cel. Neves, nas transversais daquela região, não há nenhuma linha de lotação, nada! Se aquelas pessoas pegam um lotação, elas têm que desembarcar na Av. Oscar Pereira ou na Av. Carlos Barbosa, ou seja, é muito distante. Então, por favor, vamos dar mais uma olhadinha lá porque do jeito que está fica difícil. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARIO FRAGA: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; público que nos assiste pela TVCâmara; engenheiros, arquitetos e técnicos presentes nas galerias, boa-tarde.

Estamos aqui em período de Liderança, pelo Partido Democrático Trabalhista, no sistema de rodízio implantado pelo nosso Líder, Ver. Mauro Zacher. Inicio pela fala do Ver. Bernardino sobre os lotações. Lá no Extremo-Sul não temos ainda nem na esquina, nem na outra quadra, mas estamos próximos de realizar o sonho, pois, ontem, domingo, 18 de dezembro, o Secretário Cappellari esteve em Belém Novo e nos prometeu que o edital para concorrência de concessão da linha sairá no mês de fevereiro. Então, nós, de Belém Novo e da Restinga, no Extremo-Sul, estamos muito contentes, pois passaremos a ter, no ano que vem, o lotação que hoje não temos nos bairros de Belém Novo e Restinga.

Na última sexta-feira, estivemos no Colégio Anchieta, junto com o companheiro Pitol, que é Assessor Parlamentar da EPTC, e fizemos uma visita à Direção e ao Círculo de Pais e Mestres do Colégio, quando focamos para as sinaleiras da confluência da Rua Tomaz Gonzaga com a Av. Nilo Peçanha. Fiquei ali durante 40 minutos com a minha equipe, com algumas mães e pais, acho que precisamos fazer alguma mudança naquele local e tenho certeza de que faremos. Tenho dito aos pais que amanhã, pela manhã, o Secretário Cappellari estará em meu gabinete para olharmos este tema. Tenho certeza de que o Secretário será sensível a esse problema, pois eu estive lá e sei da necessidade da troca de tempo da sinaleira.

Ontem, para nossa felicidade, o Prefeito José Fortunati, assim como quase todo o seu secretariado, esteve lançando a Operação Verão para as praias da Zona Sul de Porto Alegre, que abrangem desde o bairro Belém Novo até o Lami. Estiveram presentes 17 Secretários que compõem a transversalidade da Operação Verão, entre eles o Secretário da EPTC, o Secretário Municipal de Saúde, o Secretário da Educação, o Secretário de Obras, o Secretário de Governança, o Secretário da Cultura, os diretores do DEP e do DMAE. Então, nós da comunidade do Extremo Sul ficamos muito contentes. Isso é muito importante para nós, da comunidade, pois nos meses de janeiro e fevereiro nós ficamos com poucas atividades, e no verão não vai parar; desde o bairro Belém Novo até o Lami, nós teremos diversas atrações: música, campeonato de futebol, de vôlei, de basquete. O Prefeito Fortunati estava muito contente com a sua equipe, e nós, da comunidade, também estávamos, pois a orla estava totalmente limpa, o rio estava, e ainda está, balneável, pois o teste foi feito naquele momento. Nós queríamos fazer este registro que para nós é muito importante.

Também foi tratada com o Prefeito Fortunati e o Secretário Cássio, Ver. Brasinha, que também estava presente lá, para nossa satisfação, a revitalização da Avenida do Lami, que é uma reivindicação muito antiga da comunidade e que começou na sexta-feira, mais precisamente na rótula da Av. do Lami com a Estrada Otaviano José Pinto, e continua hoje em direção ao Lami e ao Bairro Belém Novo.

Então, agradecemos mais uma vez ao Prefeito Fortunati, ao Secretário Cássio, em especial à sua equipe, e também a dedicação do Pingo Vilar, que é Vereador Suplente do PTB e que nos ajudou muito na luta pela revitalização da Avenida do Lami.

Para nossa satisfação também, Pitol e Ver. Brasinha, a EPTC está instalando três Paradas Seguras. Uma foi instalada, na última sexta-feira, bem à frente da Escola Evaristo Flores da Cunha, onde há 1.800 alunos; para nossa infelicidade, já haviam ocorrido dois assaltos na parada, mas, agora, com a Parada Segura, tenho certeza de que não acontecerão mais esses incidentes.

Então, mais uma vez, o Prefeito Fortunati, assim como o Secretário da EPTC, Vanderlei Cappellari, está de parabéns.

Também o ônibus da Balada Segura, pela primeira vez, fez a rota lá, na semana passada, poucos usufruíram desse serviço, Ver. Brasinha, mas pelo menos cem ou cento e dez pessoas andaram no ônibus da Balada Segura, que, no mínimo, salvou essas vidas de qualquer coisa que pudesse acontecer. Obrigado, Presidente, pela tolerância, um abraço a todos e boa-tarde.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Apregoo o PR nº 050/11, de autoria do Ver. Professor Garcia, que concede o Diploma de Honra ao Mérito ao Padre Paulo José Dalla Rosa.

Apregoo o Memorando nº 097/11, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que solicita representar esta Casa no dia de hoje, a partir das 17 horas, na Sessão Especial do Tribunal Pleno para posse do Sr. Estilac Martins Rodrigues Xavier, no cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas, a realizar-se no Auditório Romildo Bolzan do Palácio Flores da Cunha.

Apregoo o Memorando nº 032/11, de autoria do Ver. Idenir Cecchim, que solicita representar esta Casa no dia de hoje, às 16 horas, na solenidade de inauguração da nova sede do Procon-RS e entrega de novos veículos, a realizar-se na Rua Sete de Setembro, nº 723, no bairro Centro Histórico, nesta Capital.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 15h30min.)

 

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